Temos alertado sobre cobranças indevidas, seja em contratos de financiamentos, seja em contas das concessionárias de telefonia, mas a pratica é generalizada.
Os Bancos vivem impondo tarifas mil a seus correntistas e como só uma pequena parte reclama, enchem seus cofres com lucros ilegais.
Não é à toa que os Bancos Brasileiros são os mais lucrativos do mundo....
Recentemente o Itau começou uma campanha publicitária como o "banco mais rentável do mundo". depois, alguém alertou sobre o efeito contra producente de tal mensagem e mudaram a campanha para "banco mais sustentável do mundo".
Fala sério ! Brasileiro é tão bonzinho...ninguém pune os bancos...porque será?
Será por conta das contribuições milionárias que fazem aos partidos do governo ?
Da mesma forma procedem as empresas de telefonia, principalmente as de celular.
Criam uma série de "Planos" e "Promoções", que pouca gente entende, já que ninguém lê as letras minusculas das clausulas infindáveis...
Depois fazem cobranças absurdas, que a maioria paga sem perceber...
Quando não transferem o número do infeliz para outro consumidor...e este recebe junto uma conta que não é sua....é o fim da picada!
Podemos criticar o lobby desses grupos no Congresso, o que é um fato, pois conseguem aprovar leis que lhe são extremamente favoráveis.
Mas nosso Judiciário é muito benevolente com essas transgressões, aplicando indenizações ínfimas em ações em que o consumidor, exausto de tanto abuso, busca reparo na Justiça.
O caso abaixo, é um exemplo.
Milhares (milhões) de correntistas do Itau, são expoliados.
E o que acontece ?
A Justiça manda simplesmente devolver o valor cobrado indevidamente.
No mínimo deveria ser devolvido em dobro, como manda a Lei.
E as perdas dos consumidores, juros, e até devoluções de cheques por conta dessa cobrança?
Calma gente, estamos falando com os poderosos....quando eles são apertados, é de mansinho....
DR. MARIO ARCANGELO MARTINELLI
Itaú deve depositar R$ 58 em contas dos correntistas
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou recurso do Itaú contra sentença que condenou a instituição a depositar R$ 58 na conta de cada correntista que tenha pago a Tarifa de Renovação de Cadastro em 2009. A Ação Civil Pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Por unanimidade, a 2ª Câmara Cível manteve o efeito da decisão anterior, da 7ª Vara Empresarial, que concluiu que a cobrança era indevida, como apontado pela 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte.
De acordo com o promotor de Justiça, Pedro Rubim Borges Fortes, a cobrança da tarifa é ilegal e proibida pelo Banco Central. Isso porque os bancos não podem repassar custos de deveres legais ao consumidor. Ele informou que o Itaú vinha cobrando dos consumidores uma tarifa para investigá-los, conferindo endereços e checando condição de crédito junto ao SPC e Serasa. Segundo ele, além da atualização ser uma obrigação dos bancos, a cobrança não gera nenhum serviço para o cliente.
Ainda segundo Pedro Rubim, o Poder Judiciário brasileiro já reconheceu o caráter abusivo da Tarifa de Renovação de Cadastro em ações individuais. A 7ª Vara Empresarial atendeu ao requerimento do MP-RJ e declarou nulas, em todo o território nacional, as cláusulas dos contratos que versem sobre tarifa de renovação de cadastro. O Itaú foi obrigado a suspender a cobrança e a depositar R$ 58 diretamente na conta de cada correntista que tenha pago a tarifa.
O juiz da 7ª Vara Empresarial, Cezar Augusto Rodrigues, havia rejeitado o recurso anterior — Embargos de Declaração. A empresa recorreu, então, ao Tribunal de Justiça com Agravo de Instrumento. Alegou que o Ministério Público não poderia requerer a execução da sentença em favor dos consumidores, pois o interesse na liquidação e execução seria exclusivamente individual. A 2ª Câmara Civil, porém, acolheu o voto da relatora, desembargadora Elisabete Filizzola, no sentido de que a legitimação do Ministério Público nas fases de conhecimento e executiva da Ação Civil Pública é respaldada pelo Código de Defesa do Consumidor.
Outro argumento apontado pelo banco, de que a sentença não fala expressamente sobre a forma de ressarcimento dos clientes, foi apontado pelos desembargadores como uma tentativa de dificultar o cumprimento de obrigação imposta.
“O efeito prático deste julgamento será enorme, já que o banco deverá efetuar o depósito do valor cobrado indevidamente na conta do correntista, que assim será indenizado diretamente sem precisar ajuizar ação judicial ou adotar qualquer providência. É uma tendência do processo civil coletivo contemporâneo no mundo inteiro e é excelente ver o Poder Judiciário fluminense atento à efetividade de suas sentenças”, acrescentou o promotor de Justiça Pedro Rubim Borges Fortes.
O Itaú já havia tentado recorrer anteriormente ao Superior Tribunal de Justiça. O recurso não foi conhecido. O banco terá dez dias para cumprir a determinação, depois que for intimado do julgamento. Com informações da Assessoria de Imprensa do MP do Rio de Janeiro.